Aprendendo Assembly
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  1. Programando junto com C

Funções em C

Entendendo as funções em C do ponto de vista do Assembly.

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Last updated 3 years ago

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A linguagem C tem algumas variações à respeito de funções e o objetivo deste tópico é explicar, do ponto de vista do baixo-nível, como elas funcionam.

Entendendo os protótipos

As funções na linguagem C têm protótipos que servem como uma "assinatura" indicando quais parâmetros a função recebe e qual tipo de valor ela retorna. Um exemplo:

int add(int x, int y);

Esse protótipo já nos dá todas as informações necessárias que saibamos como fazer a chamada da função e como obter seu valor de retorno, desde que nós conheçamos a utilizada. Os parâmetros são considerados da esquerda para a direita, logo o parâmetro x é o primeiro e o parâmetro y é o segundo. Na convenção de chamada da SysV ABI esses argumentos estariam em EDI e ESI, respectivamente. E o retorno seria feito em EAX.

Existem alguns protótipos um pouco diferentes que vale explicar aqui para deixar claro seu entendimento. Como este:

void do_something(int a);

De acordo com a especificação do C11 uma expressão do tipo void é um tipo cujo o valor não existe e deve ser ignorado. Funções assim são compiladas retornando sem se preocupar em modificar o valor de RAX (ou qualquer outro registrador que poderia ser usado para retornar um valor) e portanto não se deve esperar que o valor nesse registrador tenha alguma informação útil.

int do_something(void);

Quando void é usado no lugar da lista de parâmetros ele tem o significado especial de indicar que aquela função não recebe parâmetro algum ao ser chamada.

int do_something();

Embora possa ser facilmente confundido com o caso acima, onde se usa void na lista de parâmetros, na verdade esse protótipo de função não diz que a função não recebe parâmetros. Na verdade esse é um protótipo que não especifica quais tipos ou quantos parâmetros a função recebe, logo o compilador aceita que a função seja chamada passando qualquer tipo e qualquer quantidade de parâmetros, inclusive sem parâmetro algum também. Veja o exemplo:

#include <stdio.h>

int do_something();

int main(void)
{
  printf("Resultado: %d\n", do_something(1, 2, 3, 4.5f, "teste"));
}
	movq	.LC1(%rip), %rax
	leaq	.LC0(%rip), %rcx
	movq	%rax, %xmm0
	movl	$3, %edx
	movl	$2, %esi
	movl	$1, %edi
	movl	$1, %eax
	call	do_something@PLT

Na convenção de chamada da SysV ABI os argumentos para esse tipo de função são passados da mesma maneira que uma chamada com o protótipo "normal". A única diferença é que a função recebe um argumento extra no registrador AL indicando quantos registradores de vetor foram utilizados para passar argumentos de ponto-flutuante. Nesse exemplo apenas um argumento era um float e por isso há a instrução movl $1, %eax indicando esse número. Experimente usar mais argumentos float ou não passar nenhum para ver se o número passado em AL como argumento irá mudar de acordo.

int do_something(int x, ...);

Funções static

Funções static são visíveis apenas no mesmo módulo em que elas foram declaradas, ou seja, seu símbolo não é exportado. Exemplo:

static int add(int a, int b)
{
  return a + b;
}

Function specifiers

Existem dois especificadores de função no C11, onde eles são:

inline

O especificador inline é uma sugestão para que a chamada para a função seja a mais rápida possível. Isso tem o efeito colateral no GCC de inibir a geração de código para a função em Assembly. Ao invés disso as instruções da função são geradas no local onde ela foi chamada, e portanto o símbolo da função nunca é de fato declarado.

O GCC, mesmo para uma função inline, ainda vai gerar o código para a chamada da função caso as otimizações estejam desligadas e isso vai acabar produzindo um erro de referência por parte do linker. Lembre-se de sempre ligar as otimizações de código quando estiver usando funções inline.

_Noreturn

Funções com o especificador _Noreturn nunca devem retornar para a função chamadora. Quando esse especificador é utilizado o compilador irá gerar código assumindo que a função nunca retorna. Como podemos ver no exemplo abaixo compilado com -O2:

#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>

_Noreturn void goodbye(const char *msg)
{
  puts(msg);
  exit(EXIT_SUCCESS);
}

int main(void)
{
  goodbye("Sayonara onii-chan! ^-^");
}
	.text
	.p2align 4
	.globl	goodbye
	.type	goodbye, @function
goodbye:
	endbr64
	pushq	%rax
	popq	%rax
	subq	$8, %rsp
	call	puts@PLT
	xorl	%edi, %edi
	call	exit@PLT
	.size	goodbye, .-goodbye
	.section	.rodata.str1.1,"aMS",@progbits,1
.LC0:
	.string	"Sayonara onii-chan! ^-^"
	.section	.text.startup,"ax",@progbits
	.p2align 4
	.globl	main
	.type	main, @function
main:
	endbr64
	pushq	%rax
	popq	%rax
	leaq	.LC0(%rip), %rdi
	subq	$8, %rsp
	call	goodbye

Funções aninhadas

Nested functions é uma extensão do GCC que permite declarar funções aninhadas. O símbolo de uma função aninhada é gerado de maneira semelhante ao símbolo de uma variável local com storage-class static. Exemplo:

int calc(int a, int b)
{
  int add(int a, int b)
  {
    return a + b;
  }

  return add(a, b) + add(3, 4);
}

Atributos de função

Os atributos de função é uma extensão do GCC que permite modificar algumas propriedades relacionadas à uma função. Se define atributos para uma função usando a palavra-chave __attribute__ e entre dois parênteses uma lista de atributos separado por vírgula. Exemplo:

__attribute__((cdecl))
int add(int a, int b)
{
  return a + b;
}

Alguns atributos recebem parâmetros onde estes devem ser adicionados dentro de mais um par de parênteses, se assemelhando a sintaxe de uma chamada de função. Exemplo: __attribute__((section (".another"), cdecl)).

Abaixo alguns atributos que podem ser usados na arquitetura x86 e acho interessante citar aqui:

ms_abi, sysv_abi, cdecl, stdcall, fastcall, thiscall

Os atributos cdecl, stdcall, fastcall e thiscall são ignorados em 64-bit.

section ("name")

Por padrão o GCC irá adicionar o código das funções na seção .text, porém é possível usar o atributo section para que o compilador adicione o código da função em outra seção. Como no exemplo abaixo:

__attribute__((section(".another")))
int add(int a, int b)
{
  return a + b;
}
	.section	.another,"ax",@progbits
	.p2align 4
	.globl	add
	.type	add, @function
add:
	endbr64
	leal	(%rdi,%rsi), %eax
	ret

naked

target ("option1", "option2", ...)

Alguns dos possíveis alvos para arquitetura x86 são:

Ativar as instruções

Desativar as instruções

3dnow

no-3dnow

3dnowa

no-3dnowa

abm

no-abm

adx

no-adx

aes

no-aes

avx

no-avx

avx2

no-avx2

avx5124fmaps

no-avx5124fmaps

avx5124vnniw

no-avx5124vnniw

avx512bitalg

no-avx512bitalg

avx512bw

no-avx512bw

avx512cd

no-avx512cd

avx512dq

no-avx512dq

avx512er

no-avx512er

avx512f

no-avx512f

avx512ifma

no-avx512ifma

avx512pf

no-avx512pf

avx512vbmi

no-avx512vbmi

avx512vbmi2

no-avx512vbmi2

avx512vl

no-avx512vl

avx512vnni

no-avx512vnni

avx512vpopcntdq

no-avx512vpopcntdq

mmx

no-mmx

sse

no-sse

sse2

no-sse2

sse3

no-sse3

sse4

no-sse4

sse4.1

no-sse4.1

sse4.2

no-sse4.2

sse4a

no-sse4a

ssse3

no-ssse3

PLT e GOT

Já vimos alguns exemplos de código chamando funções da libc, essas funções porém estão em uma biblioteca dinâmica e não dentro do executável. A resolução do endereço (symbol binding) das funções na biblioteca é feito em tempo de execução onde os endereços são salvos na seção GOT (Global Offset Table).

A seção PLT (Procedure Linkage Table) simplesmente armazena saltos para os endereços armazenados na GOT. Por isso o GCC gera chamadas para funções da libc assim:

call	puts@PLT

O sufixo @PLT indica que o endereço do símbolo está na seção PLT. Onde nessa seção há uma instrução jmp para o endereço que será resolvido em tempo de execução na GOT. Algo parecido com a ilustração abaixo:

# Esse código não funciona, é apenas uma ilustração.

  .section .got
real_puts_address.got:
  .quad 0
real_printf_address.got:
  .quad 0

  .section .plt
puts.plt:
  jmp *real_puts_address.got
printf.plt:
  jmp *real_printf_address.got

  .data
message:
  .asciz "Hello World!"

  .text
my_func:
  lea message(%rip), %rdi
  call puts.plt
  
  ret

Na sintaxe do NASM o equivalente ao uso do sufixo com @ do GAS é a palavra-chave wrt (With Reference To), conforme exemplo:

extern puts

section .data
    message: db "Hello World!", 0

section .text
global assembly
assembly:
    lea rdi, [rel message]
    call puts wrt ..plt

    ret

Funções com também seguem a mesma regra de chamada do que foi mencionado acima.

Esses atributos fazem com que o compilador gere o código da função usando a convenção de chamada , , , , fastcall ou thiscall respectivamente. Também é útil usá-los em protótipos de funções onde a função utiliza uma convenção de chamada diferente da padrão.

O atributo naked é usado para desativar a geração do para a função. Isso é útil para se escrever funções usando dentro das mesmas.

Esse atributo serve para personalizar a geração de código do compilador para uma função específica, permitindo selecionar quais instruções serão utilizadas ao gerar o código. Também é possível adicionar o prefixo no- para desabilitar alguma tecnologia e impedir que o compilador gere código para ela. Por exemplo __attribute__((target ("no-sse")) desativaria o uso de instruções ou registradores na função.

convenção de chamada
argumentos variáveis
SSE
sysv_abi
inline Assembly
ms_abi
cdecl
stdcall
prólogo e epílogo