Manipulação de Arquivos

É muito comum programas trabalharem com arquivos. O mesmo vale para malware. Considero importante, do ponto de vista de engenharia reversa, saber como as funções do Windows que trabalham com arquivos são chamadas.

CreateFile

Vamos começar pela função CreateFile, que tanto cria quanto abre arquivos e outros objetos no Windows. O protótipo da versão Unicode dessa função é o seguinte:

HANDLE CreateFileW(
  [in]           LPCWSTR               lpFileName,
  [in]           DWORD                 dwDesiredAccess,
  [in]           DWORD                 dwShareMode,
  [in, optional] LPSECURITY_ATTRIBUTES lpSecurityAttributes,
  [in]           DWORD                 dwCreationDisposition,
  [in]           DWORD                 dwFlagsAndAttributes,
  [in, optional] HANDLE                hTemplateFile
);

Agora vamos aos parâmetros:

lpFileName

O caminho do arquivo que será aberto para escrita ou leitura. Se somente um nome for especificado, o diretório de onde o programa é chamado será considerado. Este parâmetro é do tipo LPCSTR na versão ASCII da função e do tipo LPCSWSTR na versão UNICODE.

dwDesiredAccess

Este é um campo numérico que designa o tipo de acesso desejado ao arquivo. Os valores possíveis são:

Também é possível combinar tais valores. Por exemplo, GENERIC_READ | GENERIC_WRITE para abrir um arquivo com acesso de leitura e escrita.

dwShareMode

O modo de compartilhamento deste arquivo com outros processos. Os valores possíveis são:

No entanto, o valor 0 é bem comum e faz com que nenhum outro processo apossa abrir o arquivo simultâneamente.

lpSecurityAttributes

Um ponteiro para uma estrutura especial do tipo SECURITY_ATTRIBUTES. Em geral, usamos NULL.

dwCreationDisposition

Ações para tomar em relação à criação do arquivo, pode ser uma das seguintes macros:

dwFlagsAndAttributes

Atributos e flags especiais para os arquivos. O mais comum é passar somente FILE_ATTRIBUTE_NORMAL, mas a documentação oficial prevê muitos outros possíveis valores.

hTemplateFile

Um handle válido para um arquivo modelo, para ter os atributos copiados. Normalmente é NULL.

Colocando tudo junto, podemos criar um arquivo usando a API do Windows assim:

Logo após a chamada à CreateFile, é comum encontrar uma comparação para saber se o objeto foi aberto com sucesso. Como esta função retorna um handle para o arquivo ou o valor INVALID_HANDLE_VALUE (0xffffffff) em caso de falha, podemos fazer na sequência:

Por fim, é importante fechar o handle obtido para o arquivo. Isso é feito com a função CloseHandle:

O código que construímos só abre o arquivo, criando-o sempre, e depois o fecha. Nada é escrito nele. Teste-o e se tudo funcionar, vamos agora escrever algum texto antes de fechar, mas para isso precisamos de mais uma função.

WriteFile

Essa função escreve dados num objeto. Seu protótipo é o seguinte:

hFile é o handle de um arquivo previamente aberto com a CreateFile. O próximo parâmetro, lpBuffer, é um ponteiro para os dados que pretendemos escrever no arquivo. A quantidade de bytes a serem escritos é informada pelo parâmetro nNumberOfBytesToWrite e a quantidade de bytes que a função conseguiu escrever é colocada num parâmetro de saída opcional lpNumberOfBytesWritten. Por fim, o parâmetro lpOverlapped é um ponteiro para uma estrutura do tipo OVERLAPPED utilizada em casos especiais. Podemos usar NULL já que é um parâmetro opcional.

A WriteFile retorna TRUE se a escrita teve sucesso ou FALSE em caso de falha.

Com tais definições, podemos completar nosso programa para fazê-lo escrever um texto no arquivo antes de fechar o handle dele com a CloseHandle. O código final fica assim:

Ao compilar e rodar este código que produzimos, o programa deve criar o arquivo log.txt no diretório do projeto do Visual Studio e escrever o texto "Programando usando a API do Windows" nele. Vamos agora ver como fazer para acessar o registro do Windows através da API.

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