Ao observar a região que chamamos de disassembly, você verá 5 colunas onde a primeira exibe algumas informações e relações entre endereços. A segunda mostra os endereços em si. A terceira mostra os bytes do opcode e operandos das instruções. A quarta mostra os mnemônicos onde podemos ler Assembly e por fim, a quinta mostra alguns comentários, sejam estes gerados automaticamente pelo debugger ou adicionados pelo usuário.
Perceba que por padrão o debugger já destaca vários aspectos das instruções, na janela de disassembly. O nome mais comum para este destaque é sua versão em inglês highlight.
O highlight refere-se principalmente às cores, mas o debugger também dá altas dicas. Na instrução acima, perceba que a operação em si está em azul, enquanto o argumento está em verde.
O endereço para o qual o ponteiro de instrução aponta (EIP, embora o x64dbg chame-o genericamente de CIP, já que em x86-64 seu nome é RIP) é destacado com um fundo preto (na imagem anterior, vemos que é o endereço 401000).
Na coluna de comentários, temos os comentários automáticos em marrom.
É importante lembrar que no arquivo há somente os bytes referentes às instruções (terceira coluna). Todo o resto é interpretação do debugger para que a leitura seja mais intuitiva.
Neste primeiro momento, o debugger está parado e a próxima instrução a ser executada é justamente o que chamamos de OEP (Original EntryPoint).
O primeiro comando que aprenderemos é o Step over, que pode ser ativado por pelo menos três lugares:
Menu Debug -> Step over.
Botão Step over na barra de botões (é o sétimo botão).
Tecla de atalho F8.
Digitando um dos comandos a seguir na barra de comandos: StepOver/step/sto/st
Se você emitir este comando uma vez, verá que o debugger vai executar uma única instrução e parar. Na janela do disassembly, você vai perceber que o cursor (EIP) "pulou uma linha" e a instrução anterior foi executada. No caso de nosso binário de teste, é a instrução PUSH EBP. Após sua execução, perceba que o valor de EBP foi agora colocado no topo da pilha (observe a pilha, abaixo dos registradores).
Você pode seguir teclando F8 até alcançar a primeira instrução CALL em 401007, destacada por um fundo azul claro.
O comando Step over sobre uma CALL faz com que o debugger execute a rotina apontada pela instrução e "volte" para o endereço imediatamente após a CALL. Você não verá essa execução, pois o debbugger não a instrumentará. Caso queira observar o que foi executado "dentro" da CALL, é necessário utilizar o Step into (F7). Vamos fazer dois testes:
Com o EIP apontado para a CALL em 401007, tecle F8. Você verá que a execução simplesmente "passa para a linha abaixo da CALL". Isso quer dizer que ela foi executada, mas você "não viu no debugger".
Agora reinicie o programa no debugger (CTRL + F2), vá teclando F8 até chegar sobre a CALL novamente e tecle F7, que é o Step into. Perceba que o debugger agora "entrou" na CALL. Neste caso, você vai precisar teclar F8 mais três vezes até voltar ao fluxo de execução original, isso porque esta CALL só possui três instruções.
Um outro comando importante é o Run (F9). Ele simplesmente inicia a execução a partir do EIP de todas as instruções do programa. Se você emiti-lo com este binário, vai ver que a execução vai terminar, o que significa que o programa rodou até o final e saiu. Aí basta reiniciar o programa (CTRL + F2) para recomeçar nossos estudos. ;)
Na próxima seção, vamos entender os pontos de paradas, mais conhecidos como breakpoints.